sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Noite Fresca.


A noite está linda e está fresca, mas minhas mãos estão suando. Engraçado, já passei diversas vezes por esta situação, não é como se fosse um primeiro encontro. Na verdade, talvez sim, já nos vimos diversas vezes, nos cumprimentamos, conversamos e vamos à praia. Em nenhuma dessas saídas à praia, me senti assim. Pareço um garoto apaixonado pela garota mais linda do colégio que finalmente me deu bola.


Não que seja essa a situação, já fazem 6 anos que me formei e ela 5. Mas sim, ela é linda, não duvido que tenha sido a mais bela do colégio.


Só de pensar nela, sinto contrações de nervosismo no estômago.


Passo as mãos nas calças para limpar o suor. São 20:16 e acabo de parar o carro em frente à sua casa. Ela já está na varanda, me esperando. Sinto novas sensações além do crescente nervosismo. Ela está mais linda do que nunca. Seus cabelos loiros puxados em um rabo de cavalo, sua face levemente rosada, seus olhos azuis destacados pela maquiagem e os lábios avermelhados e carnudos.


Eu saio do carro para abrir a porta do carona. Ela desce os poucos degraus que nos separam com seu vestido leve esvoaçando por causa do vento. Ao vê-la assim tão bela, me sinto um maltrapilho.


Ela me dá um daqueles sorrisos que faz meu coração bater mais rápido e sinto suor brotar mais uma vez em minhas mãos.


Passo as mãos disfarçadamente na parte de trás da calça e lhe sorrio também.


"Oi Sue." Digo eu.

"Boa Noite Dan." Ela diz radiante. "Vamos nos divertir bastante hoje?"

"Espero que sim, se depender de mim, vai ser uma ótima noite."


Ela me olha torto, tentando descobrir o que eu quis dizer com aquilo.


"Eu também espero que seja uma ótima noite."

Sue entrelaça seus dedos nos meus, me dá um beijo no rosto e me puxa em direção ao carro.


"Vamos ver se você consegue fazer desta noite, uma noite inesquecível rapazinho."


Rindo, ela entra no carro e faz sinal para eu entrar.

Sim, se dependesse de mim, seria inesquecível, mesmo porque, como posso esquecer a pessoa mais linda (tanto por dentro quanto por fora) e maravilhosa que já conheci?

Sorrindo comigo mesmo, entro no carro. A noite está linda, e ficará ainda mais.

Mariana Patrício Melo
P.S.: Me inspirei no livro Querido John, de Nicholas Sparks.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Um dia daqueles!


A fossa é um nojo. Totalmente. E estou nela agora. Não, não levei um fora de namorado. Por que as pessoas associam fossa com um fim de namoro?

Não comigo. Pensando bem, é até dificil achar o motivo dessa fossa, talvez englobe mais de um motivo.

Às vezes me pego pensando nas coisas negativas que acontecem no trabalho (que ultimamente não são poucas), no stress da faculdade, na falta de dinheiro, essas coisas.
É, é aí que entro na fossa. E sim, isso não parece um grande motivo para ficar triste, choramingando pelos cantos, ou responder quase todos com uma raiva contida. O caso é, que cada um tem o seu fardo, o máximo que pode suportar, e às vezes, meu máximo é esse.

E quando eu chego a esse ponto, dá vontade de desistir de tudo, não ir à aula, inventar doença para não ir trabalhar e ficar deitada na minha cama o tempo todo.

Alguns podem chamar de depressão, mas não acredito que é o que acontece comigo. Minha fossa dura no máximo uns dois dias, é só dormir que quase tudo melhora.

Acho que estamos fadados a ter dias de fossa pelo resto de nossas vidas.
E não dúvido nada que esta já está passando, se estou postando não é? :)

Ah, como é bom desabafar!




ei, vai rolar promoção lá no Papers Blood, aniversário de 1 ano! Estou pedindo dicas de livros a serem sorteados. Passa lá :)


Beijo! Mariana.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Alice e o Senhor Palito de Fósforo.

Oi pessoal, faço faculdade de Pedagogia, e numa aula de Português e Produção Textual a professora leu um texto técnico sobre a fabricação de fósforos, depois pediu para transformarmos num texto literário. Fiz em dupla, mas eu que escrevi a história. haha

Tá aí pra vocês :)

Alice estava brincando de explorar sua casa. Havia chegado a vez da cozinha.
Ela nunca explorava sozinha, estava acompanhada de seu melhor amigo: o ursinho de pelúcia Luca.
-Olhe só Luca! - Ela disse ao se apoiar na mesa. – Esse não é o prato mais lindo que você já viu?
Após colocar o prato no lugar, viu uma caixinha, menor que a sua mão, em cima da mesa e a abriu. Ela pegou um palito fininho de madeira com uma cabeça vermelha.
-Ei, Luca. Você já viu cabeça mais engraçada? Há há.
-Calma aí, mocinha! Não ria de mim. – exclamou o palito de fósforo. Ela se espantou de inicio, mas logo falou:
-Oh me desculpe, mas não sabia que você falava!
-É claro que falo. – falou ele. – E agora me diga, quem é você e de onde vem?
-Eu sou Alice, e moro aqui. Mas quem é você, eu pergunto, e de onde você vem?
-Ah eu sou o palito de fósforo, mas já fui uma grande árvore! E venho de longe, da floresta, claro.
Alice parecia não estar acreditando. – Você era uma árvore? Mas você é tão pequeno.
-Então deixe-me explicar: Eu era uma grande árvore, eu pesava mais de 125 quilos!
Alice soltou um “Oh” de surpresa e deixou sua imaginação fluir.
-Mas num triste dia vieram alguns homens e me cortaram! – Mais “Ohs” por parte de Alice. – Fui descascado e cortado em folhas por máquinas. Em menos de cinco minutos fui feito em milhares de palitos. – Continuou o fósforo em tom tristonho.
-Oh mas isso é muito triste! – exclamou Alice.
-Sim, é mesmo. Logo depois envolveram minha cabeça com essa touquinha e cá estou eu. Mas agora já acostumei em viver nessa caixa, com outros fósforos.
-Oh isso é bom. Apesar da triste história, aprendi muito sobre você.
-ALICE! – chamou o pai da porta. – Vamos visitar a vovó?
-Oh quase tinha me esquecido! Preciso ir Senhor Fósforo. Foi muito bom conhecer você, tchau.
-Tchau Alice!
Ela correu de encontro ao seu pai e se deram as mãos para sair.
-Com quem você estava falando, querida?
-Ah papai, você sabe que eu sempre converso com meu amigo Luca.
Ela lhe sorriu e saíram de casa.

Mariana Patrício Melo.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Enfim, dezoito.




Às vezes acho que ter dezoito anos é ser adulta, ter a maioridade e tirar a carteira de motorista. Mas também acho que ter dezoito anos é se abrir para o desconhecido, perceber o quanto o tempo passou rápido e que você não pode mais depender apenas de seus pais. Você tem que começar a trabalhar (no meu caso, desde os 15) pra poder acompanhar o avanço desse mundo. Já percebeu que cada ano que passa, as pessoas começam a trabalhar muito mais? Não me admiro com tanto stress e falta de tempo. Preenchemos todas as nossas horas com trabalho e estudo, ainda mais agora que, nossa! Fiz dezoito, tenho que fazer faculdade, tenho que arranjar um emprego, tenho que me virar!!
Mas eu queria saber: onde está o lazer? Quando é que saímos para dar uma volta na pracinha? Ver um pôr-do-sol?, quando foi a última vez que você disse: "hoje eu tenho o dia todo de folga."? Bem, aos três ou quatro anos eu podia falar isso.
Quando eu era criança, queria crescer logo e não entendia quando meus pais diziam "o ano passou voando". Eu não acreditava isso ser possivel, até uns anos atrás, quando comecei realmente a crescer.
Aos dezoito temos mais responsabilidades, não podemos faltar ao trabalho como faziamos no colégio. As eleições são obrigatórias e lá vamos nós fazer uni-duni-tê para escolhermos os candidatos...
Pensando bem, apesar de ao fazer dezoito eu poder tirar a minha carteira de motorista, ter cartão de crédito e ser "dona" do meu próprio nariz, preferiria continuar criança, vendo o tempo passar devagar, sem me preocupar com o amanhã.
Beijos, pessoal.
Mariana Patrício Melo.